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História da Nanotecnologia

 
As origens da nanotecnologia são tradicionalmente referidas a 29 de Dezembro de 1959, quando o professor Richard Feynman (vencedor do Prémio Nobel da Física em 1965) apresentou uma palestra intitulada "Há muito espaço no fundo" (There’s Plenty of Room at the Bottom) durante a reunião anual da Sociedade Americana de Física no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech). Nessa palestra, Feynman falou sobre os princípios da miniaturização e precisão ao nível atómico e como esses conceitos não violam nenhuma lei conhecida da física. Feynman descreveu um processo através do qual a habilidade de manipular átomos e moléculas pode ser desenvolvida, utilizando um conjunto de ferramentas precisas para construir e operar um outro conjunto proporcionalmente menor, e assim por diante até a escala necessária.

Ele descreveu um campo sobre o qual poucos pesquisadores tinham ainda pensado, e muito menos investigado. Feynman apresentou a ideia de manipular e controlar coisas numa escala extremamente pequena através da construção e modelagem da matéria átomo a átomo. Ele propôs que era possível construir um robô cirúrgico em nanoescala, desenvolvendo mãos manipuladoras a um quarto de escala que iriam construir ferramentas de quarto de escala análogas às encontradas em oficinas mecânicas, continuando até a nanoescala ser alcançada, oito iterações mais tarde. 
Richard Feynman
Richard Feynman

Transístor de nanotubos de carbono impressos

Pesquisadores da Aneeve Nanotechnologies usaram impressão a jacto de tinta de baixo custo para fabricar os primeiros circuitos compostos por portas electrónicas baseadas em nanotubos de carbono impressos para utilização visores OLED.

A tecnologia OLED é utilizada em telemóveis, câmaras digitais e outros dispositivos portáteis. Mas desenvolver um método de baixo custo para produção em massa destes visores tem sido complicado pela dificuldade em incorporar transístores de película fina, que usam de silício amorfo e polisilicatos, no processo de produção.

Neste estudo inovador a equipe fez transístores de película fina de nanotubos de carbono com alta mobilidade, completamente baseados em impressão de jacto de tinta. Eles demonstraram o primeiro circuito de controlo OLED mono-pixel totalmente impresso, e os seus circuitos de película fina totalmente impressos mostraram vantagens significativas de desempenho sobre os de electrónica tradicional.


Circuito impresso a jacto de tinta. (Origem: University of California - Los Angeles)

Este processo utiliza um método de impressão a jacto de tinta que elimina a necessidade de caros equipamentos de vácuo e presta-se a fabricação escalável e impressão rolo a rolo. A equipa resolveu muitos problemas de integração de materiais, desenvolveu novos processos de limpeza e criou novos métodos de criação de soluções de tinta nanotecnológicas.

Para aplicações de matriz activa OLED, os transístores de nanotubos de carbono impressos serão totalmente integrados com conjuntos OLED, disseram os pesquisadores. A tecnologia de encapsulamento desenvolvida para OLEDs também irá manter os transístores de nanotubos de carbono bem protegidos, porque a matéria orgânica nos OLEDs é muito sensível ao oxigénio e à humidade.

(Adaptado de PhysOrg)